ENCONTRO AFRICANIDADES EM AÇÃO
COMO TRABALHAR A LEI 10.639/03?
- DEVE SER ABORDADO NA ESCOLA DURANTE TODO ANO LETIVO E NÃO SOMENTE EM DATAS ESPECÍFICAS.
COMO FAZER VALER A LEI?
- DEVE SER INCLUÍDA NO CURRÍCULO, NO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, NAS REUNIÕES DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES.
O QUE NÃO PODEMOS MAIS FAZER?
- TRATAR A LEI COMO CURSO, OFICINA, SEMINÁRIO PARA DEPOIS SER ESQUECIDA PELAS ESCOLAS.
COMO APROVEITAR O ESPAÇO ESCOLAR COMO NO MOMENTO PEDAGÓGICO PARA DISCUTIR A DIVERSIDADE?
A IDENTIDADE ÉTNICA PASSA PELAS INDAGAÇÕES:
- QUEM SOU EU?
- QUAL A MINHA DESCENDÊNCIA?
- OS MEUS ANTEPASSADOS, QUEM FORAM?
- DE ONDE VIERAM?
- O QUE FIZERAM?
QUAL O CAMINHO DA MUDANÇA?
- A INTERDISCIPLINARIDADE E MULTIDISCIPLINARIDADE.
- A ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR E MULTIDISCIPLINAR DEVERÁ SER FEITA ATRAVÉS DE PROJETOS.
EXEMPLOS:
- EDUCAÇÃO ARTÍSTICA
- estudo da arte de origem africana e afro descendentes.
- culinária
- estudo dos grandes compositores negros no Brasil
- estudo e confecção de máscaras pontuando a sua importância na cultura africana.
- LINGUA PORTUGUESA
- influências africanas no vocabulário brasileiro.
- poetas africanos
- poetas e escritores negros no Brasil
- letras de musicas que abordem a trajetória do negro no Brasil, que homenageiem grandes personalidades negras, que falem sobre a discriminação racial, que citem a importância da diversidade cultural no nosso País...
- comparar obras de escritores negros brasileiros de acordo com a posição que os personagens negros são apresentados em suas obras.
- HISTÓRIA
- África pré-colonial, seus reis e rainhas formação da população brasileira.
- grandes líderes políticos negros no Brasil e no Mundo.
- a contribuição de pessoas influentes sobre a luta do negro no Brasil, desde o Brasil Colônia até os dias de hoje, como políticos, poetas, escritores, artistas...
- mitologia comparada.
- GEOGRAFIA
- as riquezas naturais da África, origem da raça humana, formação da população no Brasil.
- estudos dos países pertencentes ao Continente Africano de onde partiram os negros escravizados no Brasil.
- estados brasileiros onde a presença do negro foi primordial para a formação cultural do local.
- MATEMÁTICA
- estudo de tabelas, percentuais, dados estatísticos (IBGE).
- CIÊNCIAS
- estudo da formação genética do povo brasileiro
- composição nutricional da culinária africana
- estudo sobre epidemias/qualidade de vida na África
- EDUCAÇÃO FÍSICA
- estudo da capoeira, ritmos.
- ENSINO RELIGIOSO
- a identidade, a ética, o respeito, a diversidade cultural, o sincretismo religioso.
IMPORTANTE
Que todos os envolvidos conheçam as definições legais relativas à elaboração pelas (próprias) instituições de ensino de seus projetos político-pedagógicos incluindo na organização do trabalho pedagógico a ser realizado no seu interior a temática das relações étnico-raciais e a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana presentes nos seguintes dispositivos:
· LDB 9.394/96 – Lei que define as diretrizes e bases da educação nacional.
· LEI 10.639/03 – Lei que altera a LDB 9.394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “Historia e Cultura Afro-Brasileira”.
· PARECER CNE/CP 003 de 10/03/2004 e a RESOLUÇÃO CNE/CP 001 de 17/07/2004 – que instituíram e normatizaram as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Documentos na íntegra nos sites: http://www.planalto.gov.br no link legislação/leis ordinárias e http://www.mec.gov.br/cne
POR QUE DEVEMOS ESTUDAR A HISTÓRIA AFRICANA?
É preciso ter bons argumentos para responder a questões como esta. Um bom caminho a seguir seria o da utilização de estratégias que chamassem a atenção dos “ouvintes”(alunos ou mesmo outros educadores) para a importância da África na trajetória histórica da humanidade. É claro que também não podemos esquecer de enfocar seu rico e específico conjunto de sociedades e experiências culturais, sociais, econômicas e políticas.
Eis alguns elementos para começar a refletir e a construir bons argumentos sobre a temática.
1. O estudo da história do continente africana possibilita a correção das referências equivocadas que carregamos sobre os africanos, além, é claro, de tornar mais denso nossos conhecimentos sobre suas características e realidades.
2. Devemos enfatizar e valorizar algo que está esquecido por muitos: nossa ancestralidade africana. É necessário que articulemos dados sobre a intensa participação africana na elaboração da sociedade brasileira com a ininterrupta tarefa de combate ao racismo e às práticas discriminatórias a que estão sujeitos diariamente milhares de africanos e afro-descendentes espalhados pelo mundo. Se não trabalharmos corretamente com suas características históricas não é possível construir imagens positivas sobre as realidades e sociedades africanas.
3. Em uma perspectiva legal e jurídica da questão não se pode ignorar que, com a Lei nº. 10.639/03, o ensino da história da África nas escolas tornou-se obrigatório. E mesmo antes disso, os próprios Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) já estabeleciam diretrizes nesse sentido. Ora, se temos de ensinar, portanto, temos de saber como faze-lo (isso é óbvio!).
4. E, por fim, existe o caráter formativo/intelectual do assunto, o motivo de maior importância entre os apresentados. A África possui tantas escolas de pensadores, de artistas, de intelectuais, e contribuições para o entendimento e construção do patrimônio histórico/cultural da humanidade que é inadmissível simplesmente não estudá-la.
Um comentário:
Prezados moderadores do blog Projetos Educacionais, quero parabenizá-los pela iniciativa de abordar o tema proposto. Sem dúvida é de grande valia para a sociedade o cumprimento da lei 10.639/03. No entanto, gostaria de propor algumas correções, tais como:
*o uso da palavra "ascendência", no lugar de descendência;
* a substituição ou anulação da pergunta: "meus antepassados, quem foram?" Pois a mesma é redundante com a pergunta anterior (Qual a minha ascendência?);
*Acentuar a palavra "Língua"; uma vez que o Novo Acordo Ortográfico não alterou as regras de acentuação para esse tipo de palavra.
Parabéns pela iniciativa.
Adeilton de Souza
Hudson Rafael Campos
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